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sábado, 21 de abril de 2012
Os contatos iniciais com o amigo dicionário
Entender a organização e o funcionamento desse material, assim como aprender a encontrar nele o significado das palavras, é importante desde o início da escolaridade.
Dicionário é "a listagem geralmente em ordem alfabética das palavras e
expressões de uma língua com seus respectivos significados", segundo o
minidicionário Houaiss. A definição pode dar a impressão de que se
trata de algo com pouca utilidade em tempos de respostas instantâneas via
internet, mas esse tipo de livro continua sendo de fundamental importância pelo
rigor de suas informações. Diante disso, ele deve ser apresentado já na
alfabetização inicial às crianças - elas precisam entender que o dicionário vai
acompanhá- las durante toda a vida.
Cristiano Alcantara é professor na sala de leitura da EMEF Duque de Caxias, em São Paulo. Em parceria com os docentes responsáveis pelas aulas regulares, ele desenvolve atividades com essa publicação para turmas do 1º ao 9º ano. "Mostro aos estudantes que ela é mais prática e precisa do que os sites de busca que eles consultam na internet", diz.
No trabalho em conjunto com Alcantara, Regina Coeli do Couto ensina ao 3º ano os recursos que esse tipo de livro oferece. Diariamente, a professora usa textos de diferentes gêneros nas aulas, como contos, reportagens e até receitas culinárias. Ela faz uma leitura coletiva e pede que todos anotem as palavras mais difíceis, que depois são escritas no quadro e procuradas nos vários dicionários distribuídos. A atividade é adaptada para um dos alunos, que tem deficiência intelecual (leia o quadro na página seguinte).
A investigação também é realizada para termos desconhecidos lidos em textos de outras disciplinas. E, quando a classe vai exercitar a escrita, Regina indica a mesma publicação para tirar as dúvidas de ortografia. Nos primeiros contatos, ela faz o acompanhamento individual até que todos se familiarizem com a publicação. Durante o manuseio, aproveita as curiosidades da turma e antecipa que o material estará presente nas aulas sobre verbos e outros conteúdos.
Na sala de leitura, Alcantara distribui exemplares de edições diferentes aos alunos e pede que compartilhem os significados encontrados para uma mesma palavra (também coletada com base em um texto trabalhado por ele ou pelos outros professores nas classes regulares). Com a busca em vários livros, o docente consegue demonstrar a diversidade de respostas existentes. "O que define o uso do significado é a compreensão do contexto", alerta. Por isso, é essencial voltar ao texto e discutir a adequação das diferentes definições encontradas. "Esse tipo de atividade também permite que a criança faça uma leitura crítica e crie opinião a respeito de cada dicionário", complementa Egon Rangel, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e consultor do Ministério da Educação (MEC).
Nelly Carvalho, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), aponta no artigo Linguagem e Ideologia nos Verbetes do Dicionário que, apesar de esse tipo de publicação ser considerada um oráculo pelos leitores, seus verbetes carregam valores sociais e culturais. Isso também é observado nas atividades realizadas na Duque de Caxias em que se comparam exemplares de autores diferentes. De acordo com a pesquisadora, como o nome do autor não aparece junto do significado, fica a impressão de neutralidade. Mas a definição carrega a interpretação de quem a escreveu.
Essa reportagem está na revista NOVA ESCOLA de março 2012.
Cristiano Alcantara é professor na sala de leitura da EMEF Duque de Caxias, em São Paulo. Em parceria com os docentes responsáveis pelas aulas regulares, ele desenvolve atividades com essa publicação para turmas do 1º ao 9º ano. "Mostro aos estudantes que ela é mais prática e precisa do que os sites de busca que eles consultam na internet", diz.
No trabalho em conjunto com Alcantara, Regina Coeli do Couto ensina ao 3º ano os recursos que esse tipo de livro oferece. Diariamente, a professora usa textos de diferentes gêneros nas aulas, como contos, reportagens e até receitas culinárias. Ela faz uma leitura coletiva e pede que todos anotem as palavras mais difíceis, que depois são escritas no quadro e procuradas nos vários dicionários distribuídos. A atividade é adaptada para um dos alunos, que tem deficiência intelecual (leia o quadro na página seguinte).
A investigação também é realizada para termos desconhecidos lidos em textos de outras disciplinas. E, quando a classe vai exercitar a escrita, Regina indica a mesma publicação para tirar as dúvidas de ortografia. Nos primeiros contatos, ela faz o acompanhamento individual até que todos se familiarizem com a publicação. Durante o manuseio, aproveita as curiosidades da turma e antecipa que o material estará presente nas aulas sobre verbos e outros conteúdos.
Na sala de leitura, Alcantara distribui exemplares de edições diferentes aos alunos e pede que compartilhem os significados encontrados para uma mesma palavra (também coletada com base em um texto trabalhado por ele ou pelos outros professores nas classes regulares). Com a busca em vários livros, o docente consegue demonstrar a diversidade de respostas existentes. "O que define o uso do significado é a compreensão do contexto", alerta. Por isso, é essencial voltar ao texto e discutir a adequação das diferentes definições encontradas. "Esse tipo de atividade também permite que a criança faça uma leitura crítica e crie opinião a respeito de cada dicionário", complementa Egon Rangel, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e consultor do Ministério da Educação (MEC).
Nelly Carvalho, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), aponta no artigo Linguagem e Ideologia nos Verbetes do Dicionário que, apesar de esse tipo de publicação ser considerada um oráculo pelos leitores, seus verbetes carregam valores sociais e culturais. Isso também é observado nas atividades realizadas na Duque de Caxias em que se comparam exemplares de autores diferentes. De acordo com a pesquisadora, como o nome do autor não aparece junto do significado, fica a impressão de neutralidade. Mas a definição carrega a interpretação de quem a escreveu.
Essa reportagem está na revista NOVA ESCOLA de março 2012.
SALA DE LEITURA- Se você gosta de ler participe da pesquisa para eleger o Patrono da Sala de Leitura da Escola Jayme Paivahttps://docs.google.com/spreadsheet/ccc?key=0AvzUtfWfNqDGdGR4cEFHc2R6R3FhTjFsZVRtbWVJeWc#gid=0
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